Amoroso: “O São Paulo mudou a minha vida no Brasil”

Amoroso fala sobre inicio da carreira, Luizão, São Paulo, Europa, Boca Raton FC e muito mais

Com muito orgulho, nós do site Esportes Mais, batemos um papo bem interessante com Amoroso, jogador com brilhantes passagens por equipes brasileiras e da Europa. Confira abaixo a conversa na integra.

Wesley Contiero: Como foi o seu inicio de carreira no Guarani, quando formou uma dupla de ataque sensacional com o Luizão?

Amoroso:  Era um clube que eu tinha uma grande admiração, por revelar grandes jogadores como Careca, Amaral, Evair, João Paulo… Chegar na base do Guarani sabendo da importância que era vestir essa camisa foi muito bom. Ainda encontrar com o Luizão na base, onde formamos uma dupla fantástica desde o início, já que com 15 anos jogávamos juntos, foi fantástico. Aprendemos muitas coisas juntos e nos consagramos vestindo a camisa do São Paulo, quando nos reencontramos após anos na Europa e podemos nos consagrar com o tri da Libertadores. Ele foi um grande atacante que eu tive a oportunidade de jogar ao lado.

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Amoroso e Ronaldo se enfrentando pelo Campeonato Italiano (Foto: Udineseblog)

Wesley Contiero: Na Europa, você fez sucesso tanto na Itália quanto na Alemanha. Onde você avalia que teve um melhor desempenho?

Amoroso:  Nos dois países, tanto Itália quanto Alemanha, foram países importantes para mim, onde tive oportunidade de jogar várias partidas. A Itália me ensinou muitas coisas que eu pude carregar ao longo da minha carreira, por ser o futebol mais difícil de jogar no mundo na época. Eu jogava contra os melhores, jogadores consagrados mundialmente, e poder ter sido artilheiro do Campeonato Italiano na temporada 98-99, e até hoje ser o único artilheiro brasileiro da história da competição é fantástico, ainda por ser em uma equipe como a Udinese, onde eu tinha meia chance de gol por jogo. Se fosse na Inter, Milan era diferente, pois teria mais chances e teria que ser artilheiro. Ser artilheiro na Udinese não é fácil não (risos).

Wesley Contiero: Em 2005, você chegou ao São Paulo no meio da Libertadores e teve um papel fundamental na conquista do título da competição e do mundial que veio na sequência. Como foi atuar pelo Clube do Morumbi?

Amoroso:  O São Paulo mudou a minha vida no Brasil. Ter conquistado essa Libertadores que a nação são-paulina esperava por tantos anos foi fantástico.  A Libertadores é a competição do São Paulo, que a torcida se identifica.  Por infelicidade do meu amigo Grafite e minha felicidade e de meus companheiros, da torcida, eu pude encaixar e ajudar a equipe. Jogar ao lado do Luizão, Junior, Rogério Ceni, jogadores que eu já tive a oportunidade de trabalhar, foi muito fácil de me adaptar. Chegar naquela situação de Libertadores e confiante, sabendo que pela qualidade do time, e com jogadores importantes como Cicinho, Lugano, Fabão, Danilo, Mineiro, Josué, Tardelli, Souza… Jogadores que faziam a diferença dentro de campo, era mais fácil. Graças a Deus deu tudo certo e conseguimos ser campeões da Libertadores e consequentemente a final do Japão. Poder ser o artilheiro do mundial com a camisa do São Paulo, bater o Liverpool com um gol histórico do Mineiro, mudou a minha vida, e acabei sendo um dos grandes ídolos da história do clube, sou muito feliz por isso.

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Amoroso e Luizão jogaram juntos pelo São Paulo e no Guarani (Foto: Terra)

Wesley Contiero: No São Paulo, como foi voltar a formar dupla de ataque com o Luizão? Ele foi o seu melhor companheiro durante toda a carreira?

Amoroso:  Luizão foi um grande atacante, que eu conheço desde os tempos de base do Guarani. Quando eu encontrei com ele no São Paulo foi muito fácil de nos adaptarmos novamente. Tive outras grandes parcerias no futebol europeu como Ewerthon, Jan Koller , como na Udinese com o Bierhoff, no Parma com Crespo e Ortega, no mundial com o Aloísio também, que foi um grande atacante. Mas com o Luizão era diferente, eu dominava e já sabia onde ele estava. A gente assoviava e no assovio já sabíamos o posicionamento do outro. Pude dar a assistência para o último gol dele, na final contra o atlético-PR. Eu e o Luizão se completava, ele facilitava muito a minha vida.

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Amoroso atuando pelo São Paulo na Libertadores de 2005

Wesley Contiero: Sem contar o Guarani, onde é nítido toda a sua identificação. No Brasil, entre todas as equipes que você atuou, como Flamengo, Corinthians, Grêmio, São Paulo… Qual a equipe que você mais se identificou? Tem um carinho até hoje e acompanha esta equipe?

Amoroso:  A gente tem carinho por onde passa e é bem tratado. Pelos clubes que passei eu nunca tive problemas com ninguém, sempre fui um cara do bem, um atleta de grupo, e poder ter jogado nesses grandes clubes, campeões de tudo, como o Corinthians, Grêmio, Flamengo, São Paulo…. O São Paulo foi o que eu mais me identifiquei, pelas conquistas importantes, internacionais. Com o Flamengo tem um carinho pelo meu pai que era torcedor, e desde pequeno sempre falou que eu tinha que ser Flamengo, e foi onde conquistei o meu primeiro título como profissional em 96, então esses dois clubes onde fui feliz e conquistei títulos, tenho um carinho especial.

Wesley Contiero: Recentemente você foi com a torcida do Guarani até Varginha, na decisão da Série C. Como é a sua ligação com a torcida e o clube em si nos dias atuais?

Amoroso:  Minha ligação com a torcida do Guarani é muito forte. Poder ter ido assistir ao jogo na arquibancada ao lado da torcida uniformizada Fúria independente foi mágico. Acho que todo jogador e eu mesmo deveria ter feito quando jogava profissionalmente. As vezes quando não pudesse atuar por uma suspensão, uma gripe, é válido poder sentir o clima da arquibancada, assistir ao jogo ao lado da torcida. Eu tenho certeza que no jogo seguinte iria correr a três mil por cento. Foi maravilhoso poder participar dessa caravana para varginha com 6 mil torcedores na estrada, foi fantástico. Infelizmente o Guarani não conquistou o título, mas valeu sentir a torcida, participar com eles, sentir o carinho deles, que foi onde eu iniciei. Minha identificação com o Guarani é eterna.

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Amoroso na torcida do Guarani (Foto: Reprodução/Twitter)

Wesley Contiero: O futebol brasileiro vai passando por um período de mudanças na Seleção. Com Tite, estamos no caminho certo?

Amoroso:  Graças a Deus o Tite chegou e colocou a mão na Seleção Brasileira. A gente precisava disso, de um comando, treinador que tem uma identificação com atletas, capacitado para ser o treinador da seleção brasileira. Todo mundo gosta dele, aí acaba que os jogadores correm por ele, por respeitar quem é, pela pessoa que é, pelo profissional. Eu fico feliz e a Seleção hoje está no caminho certo com o Tite no comando.

Wesley Contiero: Como é o projeto no  Boca Raton FC, onde a equipe almeja chegar?

Amoroso:  É um projeto que é de médio a longo prazo, e eu estou me dedicando aqui no Brasil para tocar os intercâmbios, os camps e academies, e isso faz com que a gente tenha muito trabalho para que o Boca seja conhecido internacionalmente. Minha intenção é fazer com que o nome do Boca seja um sinônimo de clube formador de atleta nos Estados Unidos. Poder estar junto do Douglas Heizer (Presidente) e toda a sua família que me abriu as portas no clube é gratificante.

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Amoroso no Boca Raton ((Foto: Divulgação / Boca Raton))

Wesley Contiero

Jornalista, 29 anos, natural de Lins, interior de São Paulo.

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